Hipericão (Hypericum perforatum L.)

Habitat e Distribuição:

Planta herbácea vivaz presente em toda a Europa, na Ásia e Norte de África, em terrenos incultos, bosques pouco densos, prados secos, geralmente solo calcário. Encontra-se nos campos, sebes, prados e margens dos caminhos do Continente e Madeira.

Partes Utilizadas:

Partes aéreas floridas.

Constituintes:

Naftodiantronas (0,1 a 0,6%): hipericina, o composto principal, pode atingir 3%, pseudo-hipericina, iso-hipericina, proto-hipericina; flavonóides (hiperrósido, amentoflavona, rutósido, quercitrósido, isoquercitrósido); derivados do floroglucinol (hiperforina); ácidos cafeico, clorogénico, gentísico, ferúlico; proantocianidinas; óleo essencial (1%), percentagem elevada de α-pineno, para além de outros monoterpenos e sesquiterpenos; taninos (3 a 16%); fitosteróis; furanocumarinas (umbeliferona); glúcidos. A F. P. 9 indica que deve conter, no mínimo, 0,08% de hipericinas totais, expressas em hipericina (C30 H16 O8), calculadas em relação ao fármaco seco.

Utilizações:

Indicado no tratamento da ansiedade, depressão moderada, problemas de sono em idosos, transtornos neurovegetativos associados ao climatério.

Hipericão

Contraindicações:

Gravidez. Interação com vários fármacos por indução enzimática do Citocromo P450, particularmente, com os que utilizam esta via (ciclosporina, varfarina, teofilina, contracetivos orais, antidepressivos tricíclicos e antirretrovirais).

Efeitos Secundários e Toxicidade:

Doses não terapêuticas devido à hipericina podem produzir fotossensibilização, após exposição às radiações solares.

Formas de Administração e Posologia:

Tintura (1:10): 50 a 100 gotas, 1 a 2 vezes ao dia.

Comprimidos (0,3% de hipericina e 4 a 6% de hiperforina): 300 a 600 mg, 3 vezes ao dia.

Evidência Científica:

Segundo Alieh Eatemadnia et al. Complement Ther Med. 2019, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado por placebo, foi concluído que o tratamento com Hypericum perforatum é eficiente na redução dos sintomas da menopausa e depressão em mulheres na pós-menopausa.

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Segundo Kirsten Behnke et al. Adv Ther. 2002, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado, foi concluído que o Hypericum perforatum é terapeuticamente equivalente à fluoxetina, sendo, portanto, uma alternativa racional aos antidepressivos sintéticos.

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