Aloé Vera

Aloé Vera (Aloe Barbadensis Mill.)

Habitat e Distribuição:

Arbusto perene, cresce em qualquer tipo de solo, mas mais bem adaptado aos leves e arenosos. Originário da África Oriental e do Sul da Ásia, encontra-se aclimatado em todo o mundo, preferindo clima quente e húmido. Também é cultivado em Portugal.

Partes Utilizadas:

Suco concentrado e seco proveniente do látex obtido por incisões nas folhas recentes, com um teor mínimo, de 28,0% de derivados hidroxiantracénicos, expressos em barbaloína e calculados em relação ao fármaco seco (F.P. 9).

Gel do parênquima mucilaginoso que se encontra no interior das folhas e obtido após eliminação dos tecidos mais externos, ricos nos derivados antracénicos.

Constituintes:

Suco concentrado e seco: derivados hidroxiantracénicos referem-se como principais os C-glucósidos (aloínas A e B) e os aloinósidos A e B. Outros constituintes são os derivados cromónicos, as aloeresinas B (aloesina), A e C e os flavonoides.

Gel do parênquima: mucilagens (polissacarídeos heterogéneos) das quais a mais importante é o acemanano, mistura de polissacarídeos do tipo β-(1-4)-mano-O-acetilados, glucomanas neutras e com ácido glucorónico, glicoproteínas (lectinas), aminoácidos, enzimas, sais minerais, taninos e vestígios de compostos antracénicos.

Utilizações:

Suco concentrado e seco: em doses de 10 a 50 mg por dia é um tónico digestivo e colagogo, doses médias de 100 mg por dia, tem ação laxante, com doses maiores (200 mg por dia) ação purgativa. Útil quando é necessária uma evacuação rápida com fezes brandas, caso de fissuras anais, hemorroidal e na obstipação.

Gel do Parênquima: externamente em afeções dermatológicas diversas, como queimaduras, feridas, eczemas na fase descamativa, ictiose, psoríase. Também usado como protetor solar e hidratante cutâneo em cosmética. Internamente, usado nas afeções das mucosas como blefarites, conjuntivites e úlceras gastroduodenais.

A OMS indica o gel para o tratamento de feridas menores, queimaduras de primeiro e segundo grau, queimaduras por radiações, por calor e pelo sol e na irritação da pele.

Plantas Medicinais

Contraindicações:

Suco concentrado e seco, internamente, na obstrução gastrointestinal de qualquer origem, na gravidez, aleitação e em crianças com menos de 10 anos.

Efeitos Secundários e Toxicidade:

Suco concentrado e seco: no caso de uso crónico ou de doses não terapêuticas (superiores a 400 mg por dia), origina perdas de eletrólitos acompanhadas, muitas das vezes, de diarreias hemorrágicas e cólicas.

Gel do Parênquima: por vezes origina dermatites de contacto, quando o contacto é prolongado ou em pessoas sensíveis.

Formas de Administração e Posologia:

Gel do parênquima: 2 a 5 ml, 1 a 2 vezes ao dia.

A mesma dose da folha inteira (gel e latex) utiliza-se nas obstipações mais graves.

Em comprimidos ou cápsulas do pó do latex, 50 a 100 mg/dia.

Evidência Científica:

Segundo Yunes Panahi et al. J Tradit Chin Med. 2015, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado, foi concluído que o Aloé vera pode constituir-se como um tratamento seguro e eficaz na redução dos sintomas de refluxo gastroesofágico.

*

Segundo Muhammad Naveed Shahzad e Naheed Ahmed; J Pak Med Assoc. 2013, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado, foi concluído que o tratamento de queimaduras térmicas com gel de Aloé Vera, demonstrou ser superior à sulfadiazina de prata em relação à epitelização precoce da ferida, alívio precoce da dor e custo-efetividade.

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *