Habitat e Distribuição:
Planta herbácea perene, espontânea no Sudoeste europeu e Sudoeste e Centro asiático, muito cultivada em terrenos férteis, siliciosos e frescos, sem serem húmidos. Na Europa encontra-se a var. typica, na Rússia a var. glandulifera e no Irão e Iraque a var. violacea.
Partes Utilizadas:
Raízes e rizomas do terceiro ou quarto ano, colhidos no Outono, não mondados.
Constituintes:
Saponósidos triterpénicos (3 a 5%) dos quais o mais importante é a glicirrizina ou ácido glicirrízico (5 a 9%) sob a forma de sais de potássio e de cálcio e o respetivo derivado hidroxilado a glicerretina; flavonas e isoflavonóides; triterpenos (β-amirina); esteroides (estigmasterol, β-sitosterol); hidroxicumarinas (cumarina, glicicumarina). Amido, oses (glucose) e holósidos (sacarose). Segundo a F. P. 9, deve conter no mínimo 4% de ácido glicirrízico em relação à planta seca.
Utilizações:
Bronquites, antitússico. Protetor do estômago, utiliza-se nas gastrites, úlcera gástrica ou duodenal e estomatite aftosa. Inflamações virais do fígado. Externamente no tratamento de dermatites e estomatites. Desempenha um importante papel na Síndrome da Fadiga Crónica por regular o funcionamento das glândulas suprarrenais. Este efeito vai ter influência na regulação hormonal na menopausa, uma altura em que as suprarrenais vão produzir mais DHEA (desidroepiandrosterona), uma hormona precursora dos estrogénios e progesterona. Utilizado na queda do cabelo já que impede a conversão dos estrogénios em androgénios.
Contraindicações:
Hipertensão arterial, doenças estrogénio dependentes; diabetes (pelo conteúdo em glúcidos).
Efeitos Secundários e Toxicidade:
Pela sua atividade estrogénica e mineralocorticoide não deve ser administrada durante períodos longos, não mais de 6 semanas, nem em associação com medicamentos hipertensores ou corticoides.
Formas de Administração e Posologia:
500 mg a 2 g por dia da raiz em extrato seco ou líquido.
Externamente em pomada ou creme.
Evidência Científica:
Segundo Hajar Ghaemi et al. Complement Ther Med. 2020, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que o alcaçuz pode constituir-se como escolha promissora no tratamento da tosse crónica de origem desconhecida.
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Segundo M Saeedi et al. J Dermatolog Treat. 2003, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado, foi concluído que o extrato de alcaçuz pode ser considerado como um agente eficaz no tratamento da dermatite atópica.