As propriedades medicinais do mirtilo são reconhecidas desde a Idade Média, época em que era denominado como vaccinia ou mora agrestis.
Hildegarda de Bingen (1098-1179), monja beneditina, teóloga, naturalista, médica informal e escritora alemã, recomendava o uso dos frutos para promover a regulação hormonal.
No século XVI, Lonicerus, naturalista, médico e botânico alemão, indicava a ingestão dos frutos para expulsar cálculos da vesícula e bexiga.
Mais tarde Carl Bock, naturalista e explorador norueguês, preparava um xarope a partir dos frutos para combater a tuberculose pulmonar.
No século XVIII vários herbalistas alemães recomendaram preparados com base nos frutos de mirtilo para o tratamento da gota, reumatismo e febre tifoide.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi observado que os pilotos alemães que consumiam conservas de mirtilo apresentavam melhor visão crepuscular, levando ao início dos estudos que resultaram na descoberta dos princípios ativos utilizados hoje em dia na oftalmologia.
Evidência Científica
Saúde Ocular
Segundo Y Ozawa et al. J Nutr Health Aging. 2015, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a suplementação de mirtilos melhorou alguns dos parâmetros objetivos e subjetivos da fadiga ocular.
Diabetes Mellitus Tipo II
Segundo Vanessa Df de Mello et al. Mol Nutr Food Res. 2017, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado, foi concluído que o consumo de mirtilos, ricos em antocianinas, pode contribuir para um melhor controle glicémico e função das células β.
Ação Anti-inflamatória
Segundo Marjukka Kolehmainen et al. Mol Nutr Food Res. 2012, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado, foi concluído que o consumo regular de mirtilos pode reduzir a inflamação de baixo grau e, assim, diminuir o risco cardiometabólico a longo prazo em indivíduos com características de síndrome metabólica.
Saúde do Coração
Segundo Lilith Arevström et al. Nutr Res. 2019, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado, foi concluído que o consumo de mirtilos pode ter efeitos benéficos, clinicamente relevantes, após o enfarte agudo do miocárdio.
Bibliografia:
Bilberry extract supplementation for preventing eye fatigue in video display terminal workers https://link.springer.com/article/10.1007/s12603-014-0573-6
Fasting serum hippuric acid is elevated after bilberry (Vaccinium myrtillus) consumption and associates with improvement of fasting glucose levels and insulin secretion in persons at high risk of developing type 2 diabetes https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/mnfr.201700019
Bilberries reduce low-grade inflammation in individuals with features of metabolic syndrome https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/mnfr.201200195
Freeze-dried bilberry (Vaccinium myrtillus) dietary supplement improves walking distance and lipids after myocardial infarction: an open-label randomized clinical trial https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0271531718310728?via%3Dihub