A osteoporose é a doença óssea mais comum em humanos e representa uma séria ameaça à saúde das mulheres na pós-menopausa.
Segundo a Direção-Geral de Saúde (DGS), cerca de 12.2% da população portuguesa sofre de osteoporose, sendo a população feminina a mais afetada com uma em cada três mulheres com mais de 50 anos a ser diagnosticada com a doença.
A osteoporose é tão comum que existe a tendência de ver os seus efeitos (fragilidade, fraturas ósseas, dores nas costas, postura curvada) como resultado normal do envelhecimento.
No entanto, a osteoporose é uma condição maioritariamente causada por hábitos alimentares e de estilo de vida errados.
Principais fatores de risco:
- Deficiências e desequilíbrios hormonais
- Baixos níveis de vitamina D
- Deficiências nutricionais
- Sedentarismo
- Tabagismo
- Consumo de bebidas alcoólicas
- Stress crónico
- Certas doenças (diabetes, hipertiroidismo, doença de Cushing, doenças dos rins)
- Uso prolongado de certos medicamentos
Evidência Científica
Segundo Laura E Targownik et al. CMAJ. 2008, o uso de inibidores da bomba de protões (IBP) está associado a um risco significativamente acrescido de fratura relacionada à osteoporose.
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Segundo Zahra Rezaieyazdi et al. Int J Rheum Dis. 2009, houve uma redução acentuada da densidade óssea em pacientes com uso prolongado de Varfarina.
Na medicina convencional, os bifosfonatos são a terapia de primeira linha na prevenção e tratamento da osteoporose.
Estes medicamentos atuam inibindo a ação dos osteoclastos, que são células que participam no processo de absorção e remodelação do tecido ósseo.
Segundo Brendan F Boyce et al. Crit Rev Eukaryot Gene Expr. 2009, os osteoclastos têm muitas funções além da reabsorção óssea, incluindo afetar as respostas imunes e produzir citocinas com ação sobre processos inflamatórios e neoplásicos que afetam os ossos.
Assim, medicamentos que inibem a atividade dos osteoclastos podem causar sérios efeitos adversos.
Segundo Andrew S Neviaser et al. J Orthop Trauma. 2008, as fraturas na diáfise femoral devido a trauma de baixa energia estão associadas ao uso a longo prazo de alendronato.
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Segundo J K Marshall et al. Aliment Pharmacol Ther. 2000, o alendronato está associado à lesão e ulceração da mucosa gástrica.
Naturopatia
Assim, a Naturopatia através das suas diferentes valências e modalidades terapêuticas, nomeadamente o Aconselhamento Dietético Naturopático, a Fitoterapia, a Aromaterapia, a Suplementação Ortomolecular, a Homeopatia, ou as Recomendações Essenciais de Saúde e Bem-estar, constitui-se como a melhor forma de prevenir ou mesmo reverter a osteoporose.
Aconselhamento Dietético Naturopático
Segundo D Feskanich et al. Am J Public Health. 1997, através do presente estudo de coorte prospetivo de 12 anos com 77.761 mulheres com idades entre os 34 e os 59 anos, foi concluído não haver evidências de que uma maior ingestão de leite reduza a incidência de fraturas.
Segundo Xianglan Zhang et al. Arch Intern Med. 2005, através do presente estudo de coorte prospetivo com 24.403 mulheres na pós-menopausa, foi concluído que o consumo de alimentos à base de soja pode reduzir o risco de fratura em mulheres na pós-menopausa.
Fitoterapia
Segundo W Wuttke et al. Maturitas. 2003, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a Cimicifuga racemosa apresenta um efeito equipotente em comparação com os estrogénios conjugados e superior ao placebo no metabolismo ósseo.
Aromaterapia
Segundo Mahesh Sapkota et al. Food Chem Toxicol. 2018, o timol, um dos principais compostos que contribuem para o aroma do tomilho, reduziu significativamente a perda óssea inflamatória induzida por lipopolissacarídeos (LPS), podendo assim constituir-se com agente terapêutico na prevenção de doenças destrutivas ósseas.
Suplementação Ortomolecular
Segundo J Iwamoto et al. J Orthop Sci. 2000, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado, foi concluído que a administração combinada de vitamina D3 e vitamina K2 em comparação com a administração de cálcio, parece ser útil no aumento da densidade mineral óssea da coluna lombar em mulheres na pós-menopausa com osteoporose.
Segundo I R Reid et al. Osteoporos Int. 2008, através da presente revisão sistemática foi concluído que uma alta ingestão de cálcio com o objetivo de reduzir o risco de fraturas da anca em mulheres mais velhas não é apropriada.
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Segundo A G Nilsson et al. J Intern Med. 2018, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a suplementação com Lactobacillus reuteri pode constituir-se como uma nova abordagem para prevenir a perda óssea associada à idade e a osteoporose.
Recomendações Essenciais de Saúde e Bem-estar
Segundo Yi-Hsueh Lu et al. Top Geriatr Rehabil. 2016, através do presente estudo de coorte prospetivo foi concluído que o Yoga pode aumentar a densidade mineral óssea na coluna e no fémur com segurança.
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