A diabetes é um problema de saúde caracterizado por níveis elevados de açúcar no sangue.
O metabolismo dos hidratos de carbono, proteínas e gorduras leva, direta ou indiretamente, à produção de glicose que é necessária para fornecer energia a todas as células do corpo.
No entanto, níveis muito elevados de glicose no sangue tornam-se tóxicos para o cérebro e outros órgãos do corpo e um risco acrescido de doença cardiovascular, doença renal e neuropatia.
A diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é caracterizada pela perda progressiva do controle glicémico, que se inicia com leves alterações na homeostase da glicose pós-prandial, seguida do aumento da glicemia em jejum e por fim, diminuição da produção de insulina e necessidade de insulinoterapia.
Em Portugal, cerca de 13,3% da população entre os 20 e os 79 anos de idade tem diabetes, o que corresponde a mais de um milhão de pessoas, segundo o Observatório Nacional da Diabetes.
O método padrão para o diagnóstico da DM2 envolve a medição dos níveis de glicose no sangue em jejum, com os valores normais a estarem entre os 70 e 99 mg/dL.
A glicemia em jejum superior a 100 mg/dL, mas inferior a 126 mg/dL é classificada como pré-diabetes.
(a pré-diabetes é um problema de saúde grave, especialmente pelo aumento do risco de doenças cardiovasculares).
Valores de glicose no sangue em jejum superiores a 126 mg/dL diagnosticam diabetes.
Investigar as Causas
Segundo Kitt Falk Petersen et al. 2004, investigadores da Universidade de Yale relataram ter encontrado dentro das células de indivíduos resistentes à insulina, pequenas quantidades de gordura (gordura intramiocelular) que interferia com a capacidade da insulina desempenhar a sua função. Os seus pâncreas produziam insulina normalmente, no entanto, ao chegar às células musculares a insulina não conseguia desempenhar a sua função. As células musculares não respondiam à insulina devido à gordura intramiocelular que interferia com a sua ação.
Normalmente as células hepáticas e musculares guardam pequenas quantidades de gordura para ser usada como energia em caso de necessidade. No caso de indivíduos resistentes à insulina, estas reservas de gordura são até 80% superiores do que em indivíduos saudáveis, o que vai interferir com a capacidade das células responderem à insulina.
Naturopatia
A Naturopatia através das suas diferentes valências e modalidades terapêuticas, nomeadamente o Aconselhamento Dietético Naturopático, a Fitoterapia, a Aromaterapia, a Suplementação Ortomolecular, a Homeopatia, ou as Recomendações Essenciais de Saúde e Bem-estar, constitui-se como a melhor opção para prevenir e mesmo reverter a Diabetes Mellitus Tipo 2.
Aconselhamento Dietético Naturopático
Segundo Lauren M Sparks et al. Diabetes. 2005, investigadores do Pennington Biomedical Research Center submeteram os participantes do estudo a uma alimentação com 50% das calorias diárias a virem de fontes de gordura e observaram que ao fim de somente 3 dias, os participantes já tinham acumulado quantidades significativas de gordura intramiocelular (interfere com a capacidade da insulina desempenhar a sua função).
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Segundo C Xiao et al. Diabetologia. 2006, a ingestão de gorduras com diferentes graus de saturação resultou em diferentes efeitos na secreção e ação da insulina, com a ingestão de gorduras saturadas a induzir resistência à insulina.
Segundo Taylor Wolfram e Faramarz Ismail-Beigi; Endocr Pract. 2011, através da presente revisão sistemática de estudos randomizados e controlados, foi concluído que o aumento do consumo de vegetais, cereais integrais e fibras solúveis e insolúveis está associado à melhoria do metabolismo da glicose em indivíduos diabéticos e não diabéticos.
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Segundo Huaidong Du et al. PLoS Med. 2017, neste grande estudo epidemiológico, um maior consumo de frutas frescas foi associado a um risco significativamente menor de diabetes e, entre indivíduos diabéticos, menor risco de morte e desenvolvimento de complicações vasculares importantes.
Fitoterapia
Segundo Luis A Gaytán Martínez et al. J Med Food. 2021, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a administração de Gymnema sylvestre em pacientes com tolerância diminuída à glicose, diminuiu o teste oral de tolerância à glicose e hemoglobina glicada, aumentando a sensibilidade à insulina.
Segundo Roghayeh Zare et al. Clin Nutr. 2019, através do presente ensaio clínico randomizado, triplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a canela pode melhorar parâmetros antropométricos, índices glicémicos e perfil lipídico de pacientes com diabetes tipo II.
Aromaterapia
Segundo Altaf Al-Romaiyan et al. J Ethnopharmacol. 2021, os dados do presente estudo indicam que a Commiphora mirra tem um efeito estimulante da síntese de insulina em células β humanas in vitro, sem comprometer a integridade da membrana plasmática.
Suplementação Ortomolecular
Segundo N Veronese et al. Eur J Clin Nutr. 2016, através da presente revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos e controlados, foi concluído que a suplementação com magnésio (Mg), parece ter benefícios ao melhorar os parâmetros da glicose em pessoas com diabetes e também melhorar os parâmetros de sensibilidade à insulina em pessoas com alto risco de diabetes.
Segundo Mahtab Niroomand et al. Diabetes Res Clin Pract. 2019, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que em pacientes com pré-diabetes e hipovitaminose de vitamina D, altas doses de vitamina D melhoram a sensibilidade à insulina e diminuem o risco de progressão para diabetes.
Recomendações Essenciais de Saúde e Bem-estar
Segundo Wei Bao et al. JAMA Intern Med. 2014, através do presente estudo de coorte prospetivo com 4.554 mulheres, foi concluído que a promoção de um estilo de vida ativo, pode diminuir o risco de diabetes mellitus tipo 2.
Segundo Y Ohtsuka et al. Int J Biometeorol. 1998, o shinrin-yoku (caminhada na floresta) diminuiu os níveis médios de glicose no sangue e hemoglobina glicada A1c.
Bibliografia:
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A high-fat diet coordinately downregulates genes required for mitochondrial oxidative phosphorylation in skeletal muscle https://diabetesjournals.org/diabetes/article/54/7/1926/12451/A-High-Fat-Diet-Coordinately-Downregulates-Genes
Differential effects of monounsaturated, polyunsaturated and saturated fat ingestion on glucose-stimulated insulin secretion, sensitivity and clearance in overweight and obese, non-diabetic humans https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-006-0211-x
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Fresh fruit consumption in relation to incident diabetes and diabetic vascular complications: A 7-y prospective study of 0.5 million Chinese adults https://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1002279
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Efficacy of cinnamon in patients with type II diabetes mellitus: A randomized controlled clinical trial https://www.clinicalnutritionjournal.com/article/S0261-5614(18)30114-6/fulltext
Commiphora myrrha stimulates insulin secretion from mouse and human islets of Langerhans https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S037887412031792X?via%3Dihub
Effect of magnesium supplementation on glucose metabolism in people with or at risk of diabetes: a systematic review and meta-analysis of double-blind randomized controlled trials https://www.nature.com/articles/ejcn2016154
Does high-dose vitamin D supplementation impact insulin resistance and risk of development of diabetes in patients with pre-diabetes? A double-blind randomized clinical trial https://www.diabetesresearchclinicalpractice.com/article/S0168-8227(18)31358-5/fulltext
Physical activity and sedentary behaviors associated with risk of progression from gestational diabetes mellitus to type 2 diabetes mellitus: a prospective cohort study https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/1873080
Shinrin-yoku (forest-air bathing and walking) effectively decreases blood glucose levels in diabetic patients https://link.springer.com/article/10.1007/s004840050064
