O chá verde teve origem na China através do imperador Shennong (Imperador Vermelho), considerado como um dos Três Soberanos e que viveu há cerca de 5.000 anos atrás.
Shennong ficou famoso por ensinar aos antigos chineses, não só práticas de agricultura, mas também o uso de medicamentos à base de plantas.
No entanto, na altura o chá verde era exclusivo para os níveis mais altos da sociedade chinesa, sendo que só a partir do século XIV é que passou a estar acessível ao público em geral para fins medicinais.
Em meados do século XVII, o chá já era popular entre a aristocracia portuguesa devido à rota comercial do país com a China através da sua colónia em Macau.
Assim, a tradição do chá foi introduzida nas ilhas Britânicas por D. Catarina de Bragança, filha do Rei D. João IV, que em 1662 se casou com o rei inglês Carlos II, tornando-se, pois, rainha de Inglaterra, Escócia e Irlanda.
Diz-se que o enxoval de casamento de D. Catarina de Bragança incluía uma caixa de chá onde estaria escrito “Transporte de Ervas Aromáticas”, tendo as iniciais destas palavras dado origem à palavra inglesa para chá – tea.
Logo depois, colonos ingleses introduziram o chá verde na América, onde se tornou tão popular, que o Parlamento inglês criou um imposto sobre o chá em 1767, o que deu origem ao famoso Boston Tea Party, ação de protesto contra o governo britânico na qual se lançou o carregamento de chá de três navios pertencentes à Companhia Britânica das Índias Orientais, às águas do Porto de Boston.
Este incidente que teve lugar a 16 de dezembro de 1773, viria a constituir-se como um evento-chave no desenrolar da Revolução Americana.
Evidência Científica
Envelhecimento Bem-Sucedido
Segundo Nenad Naumovski et al. Molecules. 2019, através do presente estudo de coorte prospetivo, foi concluído existir uma associação positiva entre o consumo de chá verde e o envelhecimento bem-sucedido.
Funções Cognitivas
Segundo Shinichi Kuriyama et al. Am J Clin Nutr. 2006, através do presente estudo de coorte prospetivo, foi concluído que a ingestão de chá verde reduziu o risco de declínio cognitivo em idosos.
Doenças Cardiovasculares
Segundo Tomonori Nagao et al. Obesity (Silver Spring). 2007, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado, foi concluído que a ingestão de chá verde rico em catequinas, reduziu a gordura corporal, pressão arterial sistólica e colesterol LDL, podendo contribuir para a diminuição dos riscos de obesidade e doenças cardiovasculares.
Saúde no Geral
Segundo Junxiu Liu et al. Eur J Epidemiol. 2016, através do presente estudo de coorte prospetivo com 164.681 participantes, foi concluído que o consumo regular de chá verde está associado a um risco significativamente menor de morte por todas as causas, doenças cardiovasculares e cancro.
Bibliografia:
The Association between Green and Black Tea Consumption on Successful Aging: A Combined Analysis of the ATTICA and MEDiterranean ISlands (MEDIS) Epidemiological Studies https://www.mdpi.com/1420-3049/24/10/1862
Green tea consumption and cognitive function: a cross-sectional study from the Tsurugaya Project 1 https://academic.oup.com/ajcn/article/83/2/355/4650021?login=false
A green tea extract high in catechins reduces body fat and cardiovascular risks in humans https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1038/oby.2007.176
Association of green tea consumption with mortality from all-cause, cardiovascular disease and cancer in a Chinese cohort of 165,000 adult men https://link.springer.com/article/10.1007/s10654-016-0173-3