Acredita-se erroneamente que a alopecia, ou queda de cabelo anormal, seja um problema exclusivamente masculino, no entanto, estima-se que esta afete pelo menos um terço das mulheres.
O ciclo natural de crescimento e queda do cabelo ocorre em três fases:
Fase anágena – Fase em que o cabelo cresce ativamente. Pode durar entre dois a oito anos.
Fase catágena – Fase de transição em que o cabelo para de crescer. Dura até três semanas.
Fase telógena – Fase do ciclo capilar em que acontece a queda do cabelo.
Após o cabelo cair, o folículo piloso permanece dormente, normalmente durante cerca de três meses, até voltar à fase anágena.
As causas subjacentes à queda de cabelo nas mulheres estão normalmente relacionadas com os altos níveis de androgénios, o hipotiroidismo, as deficiências nutricionais ou a toma de certos medicamentos.
Altos Níveis de Androgénios
Assim como os homens, as mulheres podem sofrer de queda de cabelo por excesso de androgénios.
Sendo o padrão de queda de cabelo feminino mais difuso do que o padrão masculino, este é referido como queda de cabelo de padrão feminino.
É uma condição relativamente comum, estimando-se que afete aproximadamente 30% das mulheres antes dos 50 anos.
Evidência Científica
Segundo Maria Yusuf Dhariwala e Padmini Ravikumar; J Cosmet Dermatol. 2019, medicamentos convencionais como o Minoxidil e a Finasterida, amplamente utilizados na alopecia androgenética, apresentam diversos efeitos secundários tais como dermatite alérgica de contato ou diminuição da libido.
Naturopatia
Assim, a Naturopatia através das suas diferentes valências e modalidades terapêuticas, nomeadamente o Aconselhamento Dietético Naturopático, a Fitoterapia, a Aromaterapia, a Suplementação Ortomolecular, a Homeopatia, ou as Recomendações Essenciais de Saúde e Bem-estar, pode constituir-se como alternativa viável e segura na alopecia androgenética.
Fitoterapia
Segundo Nelson Prager et al. J Altern Complement Med. 2002, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a serenoa repens e o beta-sitosterol são eficazes contra a alopecia androgenética.
Segundo Ibrahim M Ibrahim et al. J Cosmet Dermatol. 2021, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado, foi concluído que o óleo de sementes de abóbora apresente uma ação promissora no tratamento da queda de cabelo de padrão feminino.
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Segundo Shanghun Shin et al. Ann Dermatol. 2016, a epigalocatequina-3-galato (chá verde) contraria os efeitos negativos da di-hidrotestosterona (DHT) na alopecia androgénica.
Hipotiroidismo
A queda de cabelo é um dos sinais cardinais do hipotiroidismo, estimando-se que 1% a 4% da população adulta tenha hipotiroidismo moderado a grave.
Deficiências Nutricionais
Segundo Hind M Almohanna et al. Dermatol Ther (Heidelb). 2019, a deficiência de vitaminas e minerais pode representar um fator de risco modificável associado ao desenvolvimento, prevenção e tratamento da queda de cabelo.
Vitaminas B
A deficiência de vitamina B2 (riboflavina), vitamina B7 (biotina), vitamina B9 (folato) ou vitamina B12 tem sido associada à queda de cabelo.
Vitamina C
Crucial em pacientes com queda de cabelo associada à deficiência de ferro.
Vitamina D
A maioria dos estudos concorda com a suplementação de vitamina D em pacientes com queda de cabelo e deficiência de vitamina D.
Zinco
A queda de cabelo é um sinal bem conhecido de deficiência de zinco.
Ferro
A maioria dos estudos concorda com a suplementação de ferro em pacientes com deficiência de ferro ou ferritina e queda de cabelo.
Vitamina A / Selénio
A suplementação excessiva de vitamina A ou selénio pode causar toxicidade e queda de cabelo.
Medicamentos
Uma longa lista de medicamentos pode causar queda de cabelo.
Segundo P M van den Bemt et al. Ned Tijdschr Geneeskd. 1999, as principais categorias de medicamentos que podem causar alopecia referidas na literatura são os antineoplásicos, anticoagulantes, interferons, derivados de retinoides e carbonato de lítio.
A Fundação Holandesa de Farmacovigilância recebeu relatos de alopecia como efeito colateral de antimaláricos, agentes bloqueadores dos recetores beta, hormonas sexuais, inibidores da enzima conversora da angiotensina, antagonistas da angiotensina II e anticoagulantes.
Segundo M E Llau et al. Therapie. 1995, os medicamentos são capazes de produzir um amplo espectro de queda de cabelo, desde a queda quase impercetível até à calvície irreversível.
A perda de cabelo é relatada como efeito secundário de alguns agentes anticonvulsivantes, principalmente o ácido valpróico.
Entre os anti-hipertensivos, os antagonistas dos recetores beta-adrenérgicos sistémicos ou tópicos devem ser considerados como possíveis causas de queda de cabelo.
A perda de cabelo por salicilatos ou analgésicos não esteroides ocorre numa percentagem pequena de pacientes.
Todos os medicamentos anticoagulantes e anti tiroidianos podem causar queda de cabelo.
A queda de cabelo difusa também pode estar associada ao uso de anticoncecionais orais, durante a toma da pílula e após a sua interrupção.
Há uma longa lista de medicamentos que ocasionalmente foram citados como causadores de queda de cabelo: cimetidina, retinóides, anfetaminas, bromocriptina e levodopa.
Alguns casos foram relatados com alguns agentes hipocolesterolémicos ou anti-infeciosos.
Segundo T Rais et al. Psychiatry (Edgmont). 2005, a queda de cabelo pode ser um efeito colateral frequentemente associado ao uso de medicamentos psicotrópicos como o valproato e o lítio.
No caso de antidepressivos mais recentes, a literatura menciona relatos de casos de perda de cabelo associada à fluoxetina, sertralina, paroxetina, venlafaxina e nefazodona.
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