A menopausa é o tempo que marca o fim dos ciclos menstruais, sendo diagnosticada após 12 meses sem um período menstrual.
No mundo ocidental, a idade média em que as mulheres atingem a menopausa é de 51,4 anos, podendo esta ocorrer entre os 40 e os 58 anos.
Alguns casos ocorrem muito precocemente, perto dos 30 anos, outros são mais tardios, por volta dos 60 anos de idade.
Estima-se que a idade média em que ocorre a menopausa espontânea na população portuguesa ronde os 48 anos.
Apesar da esperança média de vida ter vindo a aumentar, a idade da menopausa tem-se mantido constante.
A menopausa é um processo biológico natural, mas sintomas como afrontamentos, queda de cabelo, problemas de sono, alterações de humor e outros, podem afetar o bem-estar da mulher.

O tratamento médico convencional da menopausa envolve principalmente terapia hormonal de curto prazo (1 a 4 anos) para a indicação primária de sintomas vasomotores moderados a graves, recorrendo-se à administração de um ou mais estrogénios que podem estar isolados ou em conjugação com progestagénios.
No entanto e após a divulgação do relatório de 2002 do estudo da Women’s Health Initiative (WHI) que demonstrou que o uso de terapia hormonal de substituição na menopausa aumenta o risco de doenças cardiovasculares, cancro da mama e demência, o seu uso diminuiu substancialmente.
Surgindo assim a terapia hormonal bioidêntica, publicitada como tendo um perfil de segurança superior em relação à terapia hormonal convencional.
As hormonas bioidênticas definem-se como tendo uma estrutura química e molecular idêntica à das hormonas endógenas existentes no ser humano.
Estas podem derivar de plantas ou animais como os porcos ou cavalos, sendo posteriormente submetidas a processos de purificação.
É comum que as hormonas bioidênticas sejam definidas como naturais. No entanto, estas não devem ser consideras realmente naturais pois encontram-se sujeitas a processos sintéticos para que se tornem idênticas às existentes no corpo humano.
Já sobre a alegação de que as hormonas bioidênticas apresentam um perfil de segurança superior em relação à terapia hormonal convencional, no presente ainda não existem evidências científicas suficientes que permitam chegar a essa conclusão, mesmo que o senso comum nos leve a pensar que por terem uma estrutura química e molecular semelhante à das hormonas endógenas, não vai haver nenhuma alteração na ligação ao recetor e, consequentemente, na função exercida, o que poderá representar uma maior segurança.

Naturopatia
Assim, a Naturopatia através das suas diferentes valências e modalidades terapêuticas, nomeadamente o Aconselhamento Dietético Naturopático, a Fitoterapia, a Aromaterapia, a Suplementação Ortomolecular, a Homeopatia, ou as Recomendações Essenciais de Saúde e Bem-estar, pode constituir-se como alternativa viável e segura nos sintomas da menopausa.
Aconselhamento Dietético Naturopático
Segundo Wen-Huey Wu et al. J Am Coll Nutr. 2005, através do presente ensaio clínico controlado, foi concluído que após a ingestão de inhame houve um aumento significativo nas concentrações séricas de estrona (26%), globulina de ligação às hormonas sexuais (9,5%) e estradiol (27%).

Segundo Lucio O Carmignani et al. Maturitas. 2010, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a soja dietética pode ser eficaz nos sintomas somáticos e urogenitais da menopausa.
*
Segundo Mohammad Sadegh Adel-Mehraban et al. Complement Ther Clin Pract. 2022, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a romã melhora significativamente os sintomas da menopausa e melhora a qualidade de vida das mulheres na menopausa.
Fitoterapia
Segundo W Wuttke et al. Maturitas. 2003, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado, foi concluído que a Cimicifuga racemosa provou ser equipotente aos estrogénios conjugados e superior ao placebo na redução das queixas do climatério.

Segundo Luis A Hidalgo et al. Gynecol Endocrinol. 2005, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que em comparação com placebo, a suplementação de trevo vermelho diminuiu significativamente os sintomas da menopausa.
*
Segundo Seyedeh Nazanin Sharif e Fatemeh Darsareh; Menopause. 2020, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído existirem evidências sobre os benefícios do óleo de onagra nos sintomas psicológicos da menopausa.
Aromaterapia
Segundo Roya Nikjou et al. J Chin Med Assoc. 2016, através do presente ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, foi concluído que a aromaterapia com óleo essencial de lavanda diminui os sintomas da menopausa.

Segundo S Taavoni et al. Complement Ther Med. 2013, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado por placebo, foi concluído que tanto a massagem de aromaterapia quanto a massagem normal foram eficazes na redução dos sintomas psicológicos da menopausa, sendo, no entanto, o efeito da massagem de aromaterapia superior.
Homeopatia
Segundo Clare Relton e Elaine Weatherley-Jones; J Br Menopause Soc. 2005, através de uma auditoria às pacientes encaminhadas para o serviço de homeopatia da clínica da menopausa de Sheffield pertencente ao Serviço Nacional de Saúde inglês, foi concluído existir um benefício significativo do serviço, com as respostas mais positivas a serem observadas nos sintomas vasomotores, sintomas emocionais/psicológicos, dores de cabeça e cansaço/fadiga.

Recomendações Essenciais de Saúde e Bem-estar
Segundo Sulabha Joshi et al. Menopause Int. 2011, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado, foi concluído que o Yoga é eficaz na redução dos sintomas da menopausa.
Bibliografia:
Risks and Benefits of Estrogen Plus Progestin in Healthy Postmenopausal Women Principal Results From the Women’s Health Initiative Randomized Controlled Trial https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/195120
Estrogenic effect of yam ingestion in healthy postmenopausal women https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/07315724.2005.10719470?journalCode=uacn20
The effect of dietary soy supplementation compared to estrogen and placebo on menopausal symptoms: a randomized controlled trial https://www.maturitas.org/article/S0378-5122(10)00283-5/fulltext
Effects of pomegranate supplement on menopausal symptoms and quality of life in menopausal women: A double-blind randomized placebo-controlled trial https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1744388122000123?via%3Dihub
The Cimicifuga preparation BNO 1055 vs. conjugated estrogens in a double-blind placebo-controlled study: effects on menopause symptoms and bone markers https://www.maturitas.org/article/S0378-5122(02)00350-X/fulltext
The effect of red clover isoflavones on menopausal symptoms, lipids and vaginal cytology in menopausal women: a randomized, double-blind, placebo-controlled study https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09513590500361192?journalCode=igye20
Impact of evening primrose oil consumption on psychological symptoms of postmenopausal women: a randomized double-blinded placebo-controlled clinical trial https://journals.lww.com/menopausejournal/Abstract/2020/02000/Impact_of_evening_primrose_oil_consumption_on.11.aspx
The Effect of Lavender Aromatherapy on the Symptoms of Menopause https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0027968417300640?via%3Dihub
The effect of aromatherapy massage on the psychological symptoms of postmenopausal Iranian women https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0965229913000629?via%3Dihub
Homeopathy service in a National Health Service community menopause clinic: audit of clinical outcomes https://journals.sagepub.com/doi/10.1258/136218005775544516
Effect of yoga on menopausal symptoms https://journals.sagepub.com/doi/10.1258/mi.2011.011020