Saúde Renal
Os rins funcionam continuamente como um filtro de alta tecnologia, processando até 140 litros de sangue a cada vinte e quatro horas para produzir 1 a 2 litros de urina excretada diariamente.
Quando os rins não funcionam corretamente, os produtos de desperdício metabólico acumulam-se no sangue e acabam por provocar sintomas como fraqueza, falta de ar, confusão mental ou ritmos cardíacos anormais.
Em Portugal estima-se que haja mais de 800 000 pacientes com doença renal crónica.
Insuficiência Renal
Há cento e cinquenta anos, Rudolf Virchow, o pai da patologia moderna, foi o primeiro a descrever a degeneração gordurosa do rim.
Este conceito de que a gordura na corrente sanguínea pode ser tóxica para os rins, foi desde então confirmado por numerosa evidência científica.
Segundo Julie Lin et al. Clin J Am Soc Nephrol. 2010, investigadores da Universidade de Harvard monitorizaram milhares de mulheres saudáveis, as suas dietas e função renal durante mais de uma década e concluíram que uma maior ingestão alimentar de gordura animal e duas ou mais porções semanais de carne vermelha, está associado ao declínio da função renal.
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Segundo Alex Odermatt; Am J Physiol Renal Physiol. 2011, entre as doenças cuja incidência mais tem aumentado ao longo da última década, encontra-se a doença renal crónica, com a responsabilidade a ser atribuída à dieta Ocidental rica em açúcar, sal, gordura e proteína de carne vermelha.
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Segundo Tanushree Banerjee et al. BMC Nephrol. 2014, a carga ácida alimentar é determinada pelo equilíbrio entre alimentos ácidos (carnes, ovos, queijos) e alcalinos (frutas e vegetais). Uma análise efetuada à dieta e função renal de mais de doze mil pessoas constatou que uma carga ácida alimentar mais elevada, estava associada a um risco significativamente maior de fuga de proteínas para a urina, um indicador de disfunção renal.
Cancro Renal
Em Portugal estima-se que surjam entre 600 e 700 novos casos de cancro renal por ano.
Segundo J Haorah et al. J Agric Food Chem. 2001, universalmente, o principal fator de risco aceite para o cancro do rim tem sido o tabagismo. As nitrosaminas são agentes cancerígenos tão perigosos que até o chamado tabagismo terciário é motivo de preocupação (cerca de 80% das nitrosaminas do fumo do cigarro permanecem dentro de casa mesmo com uma ventilação normal). No entanto, um único cachorro-quente tem tantas nitrosaminas quanto quatro cigarros.
Saúde do Fígado
O fígado tem centenas de funções diferentes, mas a sua principal função é metabolizar os nutrientes provenientes da alimentação e neutralizar as toxinas impedindo estas de entrar na corrente sanguínea.
Em Portugal morrem cerca de 2000 pessoas por ano de cirrose hepática e calcula-se que cerca de 8 a 10% dos portugueses tenham problemas de fígado.
Esteatose Hepática Alcoólica
O consumo excessivo de álcool provoca uma acumulação de gordura no fígado (esteatose hepática), o que pode provocar inflamação e, ao longo dos anos, acabar por deixar o fígado num estado cirroso, que resulta em cancro hepático, falência hepática e até morte.
O consumo excessivo de álcool está definido como o consumo regular de mais de uma bebida por dia para as mulheres e mais de duas para os homens, com uma bebida a ser 35 centilitros de cerveja, 15 de vinho, ou 4.5 de uma bebida destilada.
Esteatose Hepática Não Alcoólica
No entanto a causa mais comum para esteatose hepática (fígado gordo) não é o consumo de álcool, mas sim a acumulação de gordura no fígado não causada pelo álcool.
Segundo S Kechagias et al. Gut. 2008, foi realizada uma experiência com um grupo de homens e mulheres que concordaram em comer duas refeições de “fast food” por dia. No início, os seus níveis de enzimas hepáticas eram normais, mas ao fim de apenas uma semana, mais de 75% dos marcadores de avaliação da função hepática tinham-se tornado patológicos.
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Segundo Shira Zelber-Sagi et al. J Hepatol. 2007, uma maior ingestão de refrigerantes e carne está associada a um risco acrescido de doença hepática não alcoólica, independentemente da idade, género, IMC e calorias totais.
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Segundo Eung Ju Kim et al. PLoS One. 2014, o colesterol é também causa principal na doença hepática não alcoólica
Saúde Cardiovascular
Em Portugal as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte, com taxas de mortalidade por doenças do sistema circulatório na ordem dos 170 por cada 10 000 habitantes, sendo a causa mais frequente a doença aterosclerótica das coronárias.
Segundo James H O’Keefe Jr et al. J Am Coll Cardiol. 2004, a progressão da aterosclerose e os eventos de doença coronária parecem ser minimizados quando o colesterol LDL é reduzido para menos de 70 mg/dl
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Segundo David J A Jenkins et al. Comp Biochem Physiol A Mol Integr Physiol. 200, a introdução de doses elevadas de fibras, proteínas vegetais, esteróis vegetais, frutas e nozes, demostrou diminuir o colesterol LDL sérico em mais de 30%, equivalente às Estatinas de primeira geração.
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Segundo Xia Wang et al. BMJ. 2014, a presente meta-análise fornece evidências de que um maior consumo de frutas e vegetais está associado a um menor risco de mortalidade por todas as causas, particularmente mortalidade cardiovascular.
Bibliografia:
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Unidade de Oncologia da CUF https://www.saudecuf.pt/oncologia/o-cancro/cancro-do-rim
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Saúde CUF https://www.saudecuf.pt/mais-saude/doencas-a-z/cirrose-hepatica
Fast-food-based hyper-alimentation can induce rapid and profound elevation of serum alanine aminotransferase in healthy subjects https://gut.bmj.com/content/57/5/649.long
Long term nutritional intake and the risk for non-alcoholic fatty liver disease (NAFLD): a population based study https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(07)00427-8/fulltext
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Optimal low-density lipoprotein is 50 to 70 mg/dl: lower is better and physiologically normal https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109704007168?via%3Dihub
The Garden of Eden–plant based diets, the genetic drive to conserve cholesterol and its implications for heart disease in the 21st century https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1095643302003458?via%3Dihub
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