Naturopatia Medicina Antienvelhecimento

A Naturopatia Enquanto Medicina Antienvelhecimento – Envelhecimento da Pele

Segundo a revisão sistemática: Skin aging, publicada no jornal académico Acta Dermatovenerologica Alpina Pannonica et Adriatica, o relógio biológico afeta a pele causando degeneração irreversível, no entanto, Nicholas Perricone, o proeminente dermatologista americano das estrelas de cinema começa o seu livro “The Wrinkle Cure” com as palavras “A pele enrugada e flacidez não é o resultado inevitável de ficar mais velho, é antes uma doença contra a qual se pode lutar”.

Os fatores que desempenham um papel fundamental no processo de envelhecimento são os danos genéticos, extrínsecos e estocásticos.

Envelhecimento Intrínseco

O envelhecimento intrínseco depende do tempo. As mudanças ocorrem parcialmente como resultado do dano endógeno acumulado devido à formação contínua de espécies reativas de oxigénio (ROS), geradas pelo metabolismo celular oxidativo. Apesar do forte sistema de defesa antioxidante, os danos gerados pelo ROS afetam constituintes celulares como, membranas, enzimas e DNA.

Com cada divisão celular, o comprimento do telómero humano (porção terminal do cromossomo eucariótico e responsável pela longevidade) encurta. Mesmo nos fibroblastos da pele (células da derme responsáveis pela produção das fibras de elastina e de colagénio), mais de 30% do comprimento do telómero é perdido durante a idade adulta. A erosão progressiva dos telómeros através de sucessivos ciclos de replicação eventualmente exclui a proteção das extremidades dos cromossomos, deixando estes de funcionar corretamente. A maioria das células tem capacidade para cerca de 60 a 70 replicações durante o seu ciclo de vida, sendo que após isso atingem a senescência.

O envelhecimento da pele é também afetado por modificações na atividade hormonal que diminui com a idade. O declínio mais conhecido é o de esteroides sexuais como o estrogénio e a testosterona. Outras hormonas, como a melatonina, a insulina, o cortisol, a tiroxina e a hormona do crescimento também diminuem. No entanto, o envelhecimento facial prematuro não é minorado pela terapia de reposição hormonal.

Ao mesmo tempo, níveis diminuídos de moléculas de sinalização, como as citoquinas e as quimiocinas também resultam na deterioração de várias funções da pele. Ao mesmo tempo, outras moléculas de sinalização aumentam com a idade. Uma delas é o fator de crescimento transformador beta1, que induz a senescência dos fibroblastos.

As manifestações clínicas de uma pele envelhecida são a xerose cutânea, o laxismo, as rugas e a ocorrência de neoplasias benignas. Existem características histológicas que acompanham essas mudanças, sendo que as mudanças mais óbvias estão na junção epidermal dérmica onde o contacto superficial reduzido entre a epiderme e a derme resulta numa troca reduzida de nutrientes e metabólitos entre as partes.

Fatores que contribuem para o enrugamento incluem alterações nos músculos, perda de tecido adiposo subcutâneo, forças gravitacionais e perda de massa nos ossos faciais e cartilagem.

As linhas de expressão aparecem como resultado de repetidas trações que levam à formação de vincos profundos sobre a testa, sobrancelhas, dobras nasolabiais e áreas periorbitárias.

A força gravitacional constante também atua sobre a pele facial, resultando numa distribuição alterada de gordura e flacidez. Em contraste com os jovens, em quem o tecido adiposo é distribuído de forma difusa, a gordura da pele envelhecida tende a acumular-se em bolsas, que se afundam devido à força da gravidade. Este fator é particularmente proeminente nas pálpebras superiores e inferiores, nas bochechas e na região do pescoço.

Envelhecimento Extrínseco

O envelhecimento extrínseco desenvolve-se devido a vários fatores: radiação ionizante, stress físico e psicológico severo consumo de álcool, má nutrição, excessos alimentares, poluição ambiental e exposição à radiação UV.

Entre todos estes fatores ambientais, a radiação UV contribui com até 80%. É o fator mais importante no envelhecimento da pele, especialmente no envelhecimento prematuro. O UVB induz alterações principalmente ao nível epidérmico, onde é absorvido e provoca danos no DNA dos queratinócitos e melanócitos. O UVA penetra mais profundamente na derme e danifica tanto a epiderme como a derme. A quantidade de UVA na luz solar excede o UVB entre 10 a 100 vezes, mas o UVB tem efeitos biológicos 1000 vezes mais fortes do que o UVA. O grau de dano na pele após irradiação UV prolongada também depende do fotótipo da pele. Em complexos mais leves tipos I e II são provocadas alterações degenerativas mais graves do que nos tipos III e IV, nas quais os melanossomas da camada epidérmica superior servem de proteção UVA e UVB.

Outro fator ambiental que contribui para o envelhecimento prematuro é fumar. O “rosto de fumador” ou a “pele de cigarro” são característicos, o que implica aumento do enrugamento facial e uma aparência cinzenta. Uma aparência prematuramente envelhecida é um sintoma de fumadores de longa duração. A pele amarela e irregularmente espessada é o resultado da quebra de tecido elástico devido ao tabagismo.

A atividade fotoquímica da poluição atmosférica deve-se a poluentes atmosféricos, como óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis criados a partir da combustão de combustíveis fósseis na presença da luz solar. As emissões de fábricas e veículos automóveis são fontes primárias desses compostos.

A teoria dos radicais livres é uma das teorias mais amplamente aceites para explicar a causa do envelhecimento da pele. Estes compostos são formados quando moléculas de oxigênio se combinam com outras moléculas, produzindo um número ímpar de eletrões que perdem a estabilidade e como resultado provocam mutações ou morte celular.

A predisposição genética também pode influenciar o desenvolvimento de rugas faciais.

Proteção da Pele

A pele está equipada com dois mecanismos foto protetores: a melanina na camada inferior da epiderme e a barreira de ácido urocânico presente no estrato córneo, que reflete e absorve uma quantidade significativa de radiação UVB (A camada mais externa da pele é denominada estrato córneo ou camada de queratina). Os antioxidantes fornecem proteção contra o stress oxidativo induzido por UVB, especialmente nos lipídios do estrato córneo. Mesmo os antioxidantes aplicados sistemicamente acumulam-se no estrato córneo e desempenham um papel importante contra o dano cutâneo induzido por UV. Os antioxidantes presentes naturalmente na pele são o superóxido dismutase, catalase, alfa-tocoferol (Vitamina E), ácido ascórbico (vitamina C), ubiquinona (Coenzima Q10) e glutationa. Uma dieta antioxidante deve conter grandes quantidades de vitaminas A, E e C, extrato de grainha de uva, coenzima Q10 e ácido alfa-lipóico.

Os alimentos recomendados incluem: os abacates, bagas, vegetais de folhas verdes escuras, vegetais e frutas cor de laranja, abacaxis e tomates.

O uso de filtros solares físicos é encorajado. Os mais frequentemente utilizados são os de micropartículas de óxido de zinco e dióxido de titânio que são capazes de refletir um amplo espectro de raios UVA e UVB e, além disso, não penetram na pele, tendo assim baixo potencial para desenvolver efeitos tóxicos ou alérgicos (Neira Puizina-Ivić, 2008).