Derivada do latim “pomum granatum”, que significa maçã de muitos grãos, a romã é usada desde tempos remotos, sendo inclusivamente mencionada no papiro egípcio de Ebers, um dos tratados médicos mais antigos e importantes que se conhece datado de aproximadamente 1550 a.C.
“Coma uma romã e visite um banho (público) e a sua juventude voltará a correr” – Provérbio egípcio antigo.
A romã é também mencionada em duas passagens da Bíblia (Cantares 4,3 e 8,2), chegando mesmo a fazer parte da decoração dos pilares do templo do rei Salomão e a ser bordada na bainha do manto do seu sumo sacerdote, representando, nesse contexto, um símbolo de santidade, abundância e fidelidade.
Na China, o principal significado da romã tem sido como símbolo de fertilidade, sendo Buda frequentemente retratado segurando uma romã, um pêssego e uma cidra. Com as três frutas a significar abundância de filhos, anos de vida e felicidade, respetivamente.


Na Turquia, uma noiva tradicionalmente determinava quantos filhos iria ter pelo número de sementes que se soltavam ao esmagar uma romã no chão.
Na Grécia antiga acreditava-se que a romãzeira florescia do sangue de Dionísio, o deus do vinho. A fruta foi também associada a Perséfone, deusa das flores, frutos e perfumes que, forçada por Plutão a retornar ao submundo todos os invernos, ao voltar à terra sinalizava o início da primavera, sendo assim a romã um símbolo de rejuvenescimento e vida eterna.
Influenciados pelo mito de Perséfone, os primeiros cristãos começaram a associar a romã à noção de ressurreição. Além disso, o enorme número de sementes contidas dentro do fruto sugeria a romã como um símbolo de castidade e da unidade de muitos sob uma autoridade, a saber, a igreja.
A romã popularizou-se na Península Ibérica no século VIII com a conquista muçulmana. O rei mouro de Granada usava a romã como seu símbolo heráldico, acreditando-se inclusivamente que esta província de Espanha recebeu o nome diretamente deste fruto.


Evidência Científica
Doenças Cardiovasculares
Segundo Michael Aviram et al. Clin Nutr. 2004, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado por placebo, foi concluído que o consumo de sumo de romã por pacientes com estenose grave da artéria carótida, diminui a espessura da camada íntima-média, sendo que esses efeitos podem estar relacionados com o potente efeito antioxidante dos polifenóis presentes no sumo de romã.
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Segundo Zahra Razani et al. Phytother Res. 2017, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado por placebo, foi concluído que o sumo de romã apresenta um forte efeito protetor contra a isquemia cardíaca e lesão de reperfusão, sendo que pelo menos uma parte desse efeito pode ser devido às suas potentes propriedades antioxidantes.


Inibição da Aromatase
Segundo Rachna Kapoor et al. Nutr Cancer. 2015, através do presente ensaio clínico randomizado e controlado por placebo, foi concluído que o sumo de romã, é capaz de reduzir a síntese de estrogénio em mulheres na pós-menopausa, podendo assim representar uma estratégia preventiva eficaz contra o cancro da mama.
Bibliografia:
Pomegranate juice consumption for 3 years by patients with carotid artery stenosis reduces common carotid intima-media thickness, blood pressure and LDL oxidation https://www.clinicalnutritionjournal.com/article/S0261-5614(03)00213-9/fulltext
Cardioprotective Effects of Pomegranate (Punica granatum) Juice in Patients with Ischemic Heart Disease https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ptr.5901
Effects of Pomegranate Juice on Hormonal Biomarkers of Breast Cancer Risk https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01635581.2015.1073756?journalCode=hnuc20