Óleos Essenciais

Aromaterapia – Óleos Essenciais Frankincense e Mirra

Os óleos essenciais de Frankincense (Incenso) e Mirra têm uma longa história que remonta a milhares de anos, existindo evidências, tanto textuais como arqueológicas, que, na antiguidade, eram usados como substâncias medicinais, chegando mesmo a ser considerados mais valiosos do que o ouro e a prata em tempos bíblicos.

No Evangelho de Mateus, é dito que três reis magos seguiram a estrela de Belém até ao nascimento de Jesus, tendo-lhe oferecido três presentes: ouro, Frankincense e Mirra.

O uso dos óleos essenciais com fins medicinais é alicerçado em milhares de anos de história, tendo estes sido utilizados tanto na medicina bíblica, como na medicina egípcia, chinesa e grega.

Óleo essencial frankincense

Frankincense ou Olíbano (Boswellia carteri)

Sendo um dos óleos essenciais mais preciosos e valorizados, o Frankincense é usado há milhares de anos durante práticas espirituais, daí a sua utilização na Índia, China e igrejas católicas da Europa à América do Norte como meio de meditação e elevação do espírito.   

A palavra Frankincense aparece 17 vezes referida na Bíblia e, a palavra incenso, 113 vezes.

No século 5 aC, Heródoto, um geógrafo e historiador grego, escreveu: “A Arábia é o único país que produz Frankincense, mirra, cássia e canela.

Acredita-se que a rota de comércio do Frankincense, feita em caravanas de camelos, chegou a Jerusalém e ao Egito de uma área que hoje é o atual Omã, na Península Arábica.

Apresentando extraordinários benefícios para a saúde, o óleo essencial de Frankincense é usado para ajudar a aliviar o stress crónico e a ansiedade, reduzir a dor e a inflamação, aumentar a imunidade e até mesmo combater tumores.

Mirra (Commiphora mirra)

Descoberto há mais de 3700 anos pelos Egípcios antigos que se referiam a ele como “as lágrimas de Hórus” e o utilizavam durante as cerimónias religiosas e no perfume kyphi, era considerado tão ou mais valioso do que o ouro, sendo o seu nome referido na Bíblia 152 vezes.

Embora a sua referência mais famosa tenha sido feita pelos hebreus bíblicos como óleo sagrado e religioso, as suas propriedades curativas foram amplamente utilizadas e documentadas tanto na Grécia, como na China e Médio Oriente.

O Papiro Ebers, um dos tratados médicos mais antigos e importantes que se conhece datado de 1500-1700 aC, relata o uso da Mirra para mumificar e embalsamar, como tratamento de feridas ou úlceras, e para conter o sangramento.

No século 4 aC, Hipócrates referiu a Mirra nos seus escritos como sendo útil na medicina como um óleo essencial “curativo”, tendo outro médico grego, Dioscorides, prescrito Mirra para o tratamento de infeções e tosse.

A Mirra é considerada uma substância que facilita a meditação profunda e ajuda na contemplação, sendo-lhe atribuída a capacidade de aumentar a consciência ao unir as energias espirituais e físicas. 

Óleos essenciais

Seeing the Unseen

Segundo Bo Cao et al. Molecules. 2019, no Ocidente, o Frankincense e a Mirra têm sido utilizados ​​em cerimónias religiosas e culturais desde os tempos antigos, sendo que na Medicina Tradicional Chinesa e Ayurveda são usados ​​principalmente no tratamento de doenças crónicas.

Notoriamente, na Medicina Tradicional Chinesa, o Frankincense e a Mirra têm vindo a ser prescritos em conjunto há milhares de anos, com a sua combinação a apresentar um efeito terapêutico sinérgico devido a uma série de alterações na sua composição química, como o aumento ou diminuição dos princípios ativos principais, o desaparecimento de componentes químicos nativos e o surgimento de novos componentes químicos.

Alterações na composição química da combinação frankincense e mirra

Assim, os efeitos farmacológicos resultantes da combinação destes dois óleos essenciais são extensos e significativos, parecendo magicamente poderosos, nomeadamente os seus efeitos anti-inflamatórios, anti cancro, analgésicos, antibacterianos e outros. 

Bibliografia:

Seeing the Unseen of the Combination of Two Natural Resins, Frankincense and Myrrh: Changes in Chemical Constituents and Pharmacological Activities https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31450584/